quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Carne Branca VS Carne Vermelha

Qual a melhor proteína animal? 

       As principais diferenças entre as duas estão relacionadas à textura, composição e pigmentação, que dependem da espécie, idade, sexo, alimentação, atividade física e hábitat do animal de que se originaram.
        O termo carne branca se refere às carnes de origem de aves e peixes, ainda que a categorização da carne porco não tenha chegado a um consenso. 
         Ainda que as chamadas carnes brancas sejam uma fonte de ômega 3 e 6, bem como de ácidos graxos, o consumo das chamadas “carnes brancas” já é apontado como algo potencialmente perigoso. Um estudo publicado no British Journal of Nutrition, por exemplo, estudou a dieta de cidadãos escandinavos cujas dietas eram ricas em peixes e apontou que elas elevavam de maneira significativa risco de um derrame.


         Com uma grande redução no tempo de abate das aves, que caiu de cerca de 6 meses para apenas 45 dias, a crença no uso de hormônios de crescimento ganhou força, sendo recorrentes os alertas sobre os “frangos cheios de hormônios” como um potencial perigo à saúde. Contudo, tais substâncias não são empregadas na avicultura, mas sim o uso de compostos promotores de crescimento produzidos pela indústria farmacêutica. Andréa Machado Leal Ribeiro, coordenadora do laboratório de nutrição animal do departamento de zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que “é um grande mal-entendido. Não existe nenhuma possibilidade de haver uso de hormônio em frangos de corte. Os animais não respondem a essa substância, e ela não é viável economicamente”. Apesar disso, o uso de promotores de crescimento é proibido em muitos países da Europa, uma vez que eles podem contribuir para a resistência das bactérias aos antibióticos, tornando os remédios desse tipo ineficazes para doenças humanas.


      Carnes
Já a quantidade de calorias varia conforme o teor de gordura da carne. Por exemplo: um bife médio de carne bovina magra de aproximadamente 100 gramas contém 146 kcal. Essa mesma quantidade de carne de galinha magra contém 124 kcal e de peixe surubim, 107 kcal, segundo a Tabela de Composição de Alimentos, do IBGE.
        Fala-se muito que a carne bovina aumenta o nível de colesterol no sangue. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos (Davidson et al.: Archives of Internal Medicine, 139: 1331-1138, 1999), porém, mostram que não há diferença entre a carne vermelha (bovina e suína) e a branca (de ave ou de peixe) quanto a isso. O que acontece é que, geralmente, quando consumimos carne vermelha, consumimos também uma quantidade maior de gordura saturada, aquela que acompanha muitos cortes de carne, como a picanha, por exemplo. Esta, sim, é a maior responsável pelo aumento do nível de colesterol.

       O consumo regular e em pequenas quantidades de carne vermelha magra é essencial – principalmente para as crianças e para as mulheres em período pré-menstrual, a fim de que haja suprimento adequado de minerais como ferro e zinco e de vitaminas, assim como é importantíssimo também inserir na nossa dieta peixes e aves e preferir assar e cozinhar a carne em vez de fritá-la. Assim, teremos uma alimentação equilibrada e saudável.
Embora todo mundo logo associe carne vermelha a gordura, ela está longe de ser seu principal componente. Em princípio todo bife é suculento, já que cerca de 75% dele é pura água. O restante – além das sempre lembradas gorduras – são proteínas, minerais e vitaminas. Aliás, tem uma vitamina que só alimento de origem animal é capaz de nos oferecer: a B12, essencial para a memória e para o aproveitamento do ferro, proveniente da própria carne ou de outros alimentos. E a vermelha é campeã em B12.



       Por falar no ferro, a carne vermelha também é a sua melhor fonte. “A absorção do ferro das carnes é seis vezes maior do que o de vegetais”, calcula a nutricionista Semíramis Álvares, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, interior paulista. Isso porque nos vegetais a concorrência é desleal – o ferro convive com outras moléculas que atrapalham seu aproveitamento. “Elas o deixam menos solúvel e mais difícil de atravessar a parede do intestino”, descreve Semíramis.

      Na falta desse mineral, sobra cansaço, um dos sintomas da anemia. “A produtividade cai 5% no mínimo”, garante o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni. A carência também está associada ao aumento de infecções. Ora, o ferro é fundamental para as células de defesa – aí, faz dobradinha com o zinco, outro mineral da carne vermelha que da força ao sistema imunológico.

   Veja abaixo alguns nutrientes dos diferentes tipos de carne:

Tipo de carne                                         Calorias               Proteínas          Gorduras
Coxa de frango – 1 (média)                   161 kcal              18,09 g                 9,32 g
Galeto assado – ½ unidade                   206 kcal              20,20 g               11,00 g
Peito de peru – 3 fatias                         103 kcal              21,66 g                 1,53 g
Carne moída – 3 colheres de sopa         226 kcal              30,80 g               14,10 g
Bife de patinho – 1 (médio)                      18 kcal              20,27 g                 4,02 g
Medalhão de filé mignon – 1 unidade      336 kcal              11,50 g                34,10 g
Bisteca suína assada – 2 unidades        137 kcal                20,6 g                 5,66 g
Lombo suíno assado – 2 fatias              208 kcal              19,38 g                14,49 g
Lingüiça frita – 2 unidades                     364 kcal              12,70 g                32,40 g
Cação ensopado – 2 postas                    88 kcal              19,56 g                  1,10 g
Truta assada – 2 pedaços                     196 kcal              23,50 g                 11,20 g
Camarão no vapor – 5 unidades              81 kcal              16,78 g                   1,55 g

         Os dois tipos de carnes se complementam já que algumas vitaminas são encontradas apenas em um dos tipos, então uma ingestão equilibrada de ambas além de variar o cardápio das nossas dietas, irão nos ajudar diretamente nos ganhos de massa muscular e a mantermos por mais tempo nossas dietas.

O número ideal de repetições

         O número ideal de repetições

        Se eu lhe perguntasse qual o número ideal de repetições para se obter hipertrofia o que você me responderia? Seria 10? Ou 8? Algo em torno de 12?

         Infelizmente muita gente ainda acredita em um número lendário de repetições considerado ideal. Quem nunca fez uma série de “três de dez” (3 X 10)? Parece que há um limite mágico a partir do qual a hipertrofia começa a surgir (geralmente 8) e acima do qual ela magicamente é interrompida (normalmente 12), parece que o músculo possui um contador implacável acionando os sinais de hipertrofia quando se supera a sétima repetição e os interrompendo a partir da décima terceira.


          Definitivamente o referido contador não existe, e esta rigidez numérica é totalmente desprovida de comprovações confiáveis. Não me entendam mal, o número de repetições é um fator fundamental, mas jamais deve ser analisado isoladamente dentro do complexo contexto que origina a hipertrofia muscular, para sermos mais precisos devemos analisar a velocidade da contração tanto excêntrica quanto concêntrica, tempo de pausa na contração e no alongamento, ênfase dada em determinados ângulos etc... A fim de ilustrarmos o contexto multifatorial seguem dois exemplos (pense na rosca bíceps direta realizada com o protocolo clássico de 3 x 10, variando a carga de acordo com série):

    1. Na primeira série imagine-se levando um segundo para realizar cada repetição, na segunda aumente o tempo de cada repetição para 6” e na terceira suba para 15”. No primeiro caso sua série estaria acabada em 10 segundos, no seguinte ela levaria 1 minuto, já no último você demoraria algo em torno de 2 minutos e meio.

**Aqui há notáveis diferenças entre as vias metabólicas necessárias para manter o exercício, no primeiro caso recorreria-se prioritariamente à via anaeróbia alática (utilizando prioritariamente os fosfatos de alta energia), já a segunda série entraria em maiores escalas no metabolismo anaeróbio de glicídios, provavelmente aumentando as concentrações de lactato e reduzindo o pH, e o terceiro provavelmente já começaria a entrar no metabolismo oxidativo. Do ponto de vista neuromuscular os três protocolos produzirão diferentes estímulos e distintos padrões de recrutamento das unidades motoras. Portanto ocorreriam adaptações diferenciadas para cada caso.

   2. Agora imagine que você sempre leva 6 segundos para realizar cada repetição, sendo que na primeira série “sobe” o peso em 1 segundo e o “desce” no mesmo tempo, mantendo o peso na posição de descanso durante os 4” restantes, na série seguinte a cadência seria de 1 segundo na subida e 5 na descida, com o contrário na terceira 5” para subir e 1” para descer ambas sem nenhum descanso na fase inicial/final do movimento.


    **Aqui teríamos novamente três trabalhos distintos, com diferentes respostas adaptativas bioquímicas e morfológicas.

        Sim, creio que consegui convencê-los que existem diferenças entre as diversas maneiras de executar um movimento, mas (o que realmente interessa) como manipular tudo isto para ficar “grande”? Bem... Sinto decepciona-lo, mas não posso dar a fórmula mágica (nem vendê-la), não...não pare de ler o texto e nem apague minha página da sua lista de favoritos, permita-me explicar.

       Antes de sair por aí dizendo que existe um número ideal de repetições para hipertrofia é necessário que se conheça os prováveis mecanismos de hipertrofia (não se preocupe, não vou explicar isso detalhadamente....agora).
  
      Respostas hormonais 
     Tempos de contração moderados a altos e descasos curtos entre as séries produzem maiores picos de GH, porém lembre-se que é discutível a influência deste hormônio na hipertrofia muscular. Já os treinos de cargas altas com períodos longos de descanso, liberam maiores quantidades de testosterona .

       Hidratação celular (HÄUSSINGER, et al, 1993; WALDEGGER, et al, 1997; MILLAR ; et al, 1997)

Para que se consiga um melhor fluxo sangüíneo local é recomendável não prolongar muito os descansos e manter tempos de contração suficientes para originar os desequilíbrios na homeostase necessários a ocorrência desta reação (diminuição do pH, elevação do lactato...).

Microlesões (RUSSELL et al, 1992; SCHULTZ et al, 1995)

As microlesões são geradas principalmente por contrações excêntricas, então “SEGURE A DESCIDA!”. Agora algumas pequenas provocações: pergunte-se (e a pessoa que lhe falou sobre o assunto): 1) Por que as contrações excêntricas geram mais microlesões? Supondo que as microlesões causam hipertrofia (“através da supercompensação”) 2) Por que cada vez que você se machuca (por exemplo um rompimento, distensão, corte...) esta supercompensação não é visível? 3) Seria, então, possível induzir hipertrofia por outros meios (impactos, cortes...)? 4) Como uma lesão pode gerar esta supercompensação?
  
TEMPO DE CONTRAÇÃO X REPETIÇÕES

Note que eu falei em tempo de contração e não repetições, prefiro usar este termo e livrar-nos desta prisão algébrica e da famigerada 3x10. Muitos autores atribuem a hipertrofia ao tempo em que o músculo permanece sob tensão e não somente a determinados algarismos. Segundo VERKHOSHANSKY (2000) “a chave para o tamanho muscular é levantar um peso de cerca de 80% do máximo por 8-12 repetições durante 40-60 segundos” (p.27). POLIQUIN por exemplo, refere-se a tempos entre 20 e 70 segundos como ideais para ganhos de massa muscular. Este autor propõe uma perspectiva de análise onde leva-se em conta o tempo da fase excêntrica, da pausa e da fase concêntrica, por exemplo, realizar agachamento com 3 séries de 6 repetições com tempo 321, significa que você levaria 3 segundos para descer, pararia no “fundo” do agachamento durante 2 segundos e subiria em 1 segundo (o primeiro digito se refere a fase excêntrica o segundo a pausa e o terceiro a fase concêntrica).

CONCLUSÃO

         Esqueça a fórmula mágica, esqueça “o número ideal de repetições”, esqueça o que você leu em revistas “especializadas” e esqueça as séries imutáveis.

        Para alcançar seus objetivos é imprescindível usar racionalmente todas as estratégias. Segundo boa parte dos verdadeiros especialistas tempos de contração próximos a 60 segundos, com repetições durando entre 4 e 6 segundos (tempos 301 a 402) seriam indicados para compor a maior parte da elaboração dos treinamentos de hipertrofia, porém esta metodologia não deve ser a única.

        Prender-se a números de repetições pode até prejudicar seu desenvolvimento. O segredo está em manipular todas as variáveis de acordo com o músculo, características individuais e o objetivo do treino. Deve-se organizar tudo adequadamente dentro de um planejamento a curto prazo, que deve estar devidamente estabelecido no planejamento de médio prazo, o qual por sua vez é componente do planejamento a longo prazo. A montagem e prescrição de séries são fatores muito complexos e o menor detalhe deve ser visto sempre como componente desta estrutura intrincada e potencialmente instável, o sucesso tem muito a ver com o conhecimento e manipulação destas variáveis, daí a importância de ter um bom profissional lhe acompanhando.


Qual o melhor Barra?

Rosca Bíceps na barra W ou na Barra Reta?


          Essa é uma questão muito discutida entre os praticantes de musculação. Qual é a diferença entre realizar a rosca bíceps com a barra W e a barra reta? Usar a pegada aberta ou fechada? Qual é a contra indicação?    Segundo alguns autores a rosca bíceps na barra W com a pegada aberta dá uma ênfase maior a cabeça longa do bíceps braquial, já a pegada fechada prioriza mais a cabeça curta do bíceps braquial. Mas se entra em uma outra questão, há autores também que dizem que como a mão na barra W fica em uma posição semi-pronada a ênfase seria praticamente igual nas duas porções do bíceps, não importando a pegada. Já na barra reta, como a mão fica em uma posição completamente supinada, realmente foi constatada uma ênfase maior com a pegada aberta na cabeça longa e com a pegada fechada na cabeça curta.


        Mas o uso da barra reta na rosca bíceps necessita de muita atenção, pois seu uso prolongado está relacionado a uma grande chance de desenvolver uma epicondilite lateral (também conhecida como cotovelo de tenista) ou uma epicondilite medial (ou cotovelo de golfista) devido a grande estresse articular que esse exercício proporciona aos tendões próximos a cápsula articular do cotovelo.
 
       A epicondilite trata-se de uma agressão mecânica no epicôndilo lateral ou medial do úmero, local de origem dos tendões dos músculos supinador do ante braço, extensores e flexores do punho e dos dedos. Normalmente é causada por esforços de tração do músculo em movimentos repetidos ou por tensões repetitivas na articulação do cotovelo que geram micro-rupturas dos tendões junto à sua inserção no osso, e como os tendões têm pouca vascularização a sua regeneração é mais difícil e lenta.

       Geralmente começa como uma ligeira impressão dolorosa no cotovelo, mas se o esforço repetitivo for continuado a dor vai piorando progressivamente, podendo se irradiar para o antebraço, punho e mão, a área atingida torna-se dolorosa ao toque dificultando até mesmo atividades leves.

        O diagnóstico é essencialmente clínico, a primeira medida sempre será procurar interromper a causa da patologia, ou seja, parar com o esforço repetitivo ou a sobrecarga local, em conjunto emprega-se tratamento medicamentoso com anti-inflamatório e fisioterapia local, muitas vezes é necessário imobilização do membro, caso não haja melhora pode haver necessidade de intervenção cirúrgica. Estes tratamentos variam de caso a caso.
 

        O retorno às atividades deve ser lento e gradual, devendo-se evitar qualquer exagero. Exercícios de alongamento junto com um aquecimento antes das atividades físicas ajudam a prevenir as lesões de ligamentos, tendões e articulações.

Sempre que se sentir algum incômodo, ou dor na execução de qualquer exercício de sua rotina de treino, comunique ao seu professor, para que ele possa tomar as devidas providências para evitar o agravamento do quadro.