DOR DE CABEÇA
Também
ocasionado pelos esteroides mais androgênicos é um dos efeitos da elevação da
pressão arterial. Limitar o uso de esteroides altamente androgênico e controlar
a pressão arterial é a principal medida. O uso de H.C.G. (gonadotrofina
coriônica humana, ver em dicionário de drogas), também pode ocasionar ligeira
enxaqueca.
IMPOTÊNCIA E
ESTERILIDADE
No
início de um ciclo de esteroides, normalmente o homem passa por um período de
excitação sexual com o aumento da freqüência de ereção. Porém, este efeito tem
duração de algumas semanas, revertendo-se gradualmente para a perda de
interesse sexual. Esta redução de libido sexual resultado do cessamento ou
redução na produção natural de testosterona devido à elevação excessiva de
testosterona no corpo, proveniente da administração de esteroides anabólicos.
Qualquer sintoma de impotência é temporário e cessa à medida que o esteroide deixa de ser administrado.
Atletas
que fazem ciclos de esteroides muito longos, periodicamente administram HCG
(gonadotrofina coriônica humana) em intervalos regulares, usualmente a cada
seis semanas. Neste caso, a HCG estimula os testículos a produzir testosterona
natural, evitando assim os sintomas mencionados.
O
HCG também é utilizado no final do ciclo de esteroides para acelerar a volta da
produção natural de testosterona e muitas vezes para reduzir o intervalo entre
ciclos de esteroides.
HEPATOTOXIDADE
A hepatotoxicidade (de toxicidade hepática) é um dano no fígado causado por substâncias químicas chamadas hepatotoxinas. Pode ser um efeito colateral de certos medicamentos, mas também pode ser causado por produtos químicos usados em laboratórios ou indústria, e substâncias químicas naturais, como as microcistinas.
Quase
todos os esteroides causam lesão no fígado, sendo que os 17 alpha-alquelados
são os mais tóxicos pela dificuldade de processamento. A maior parte das lesões
promovidas no fígado são reversíveis tão logo o uso do medicamento seja
interrompido. Porém, efeitos mais sérios como icterícia somatizada pelo
amarelamento da pele, das unhas e branco dos olhos é um sinal para imediata interrupção do medicamento e procura de orientação médica para monitoração das
funções hepáticas. Acredita-se que o uso de "evening primrose oil"
reduz a lesão hepática por repor no fígado ácidos graxos depletados pelos 17
alpha-alquelados. Os outros hepatoprotetores têm eficiência ainda duvidosa.
PROBLEMAS DE TENDÕES E LIGAMENTOS
Sob
o efeito de esteroides anabólicos o músculo se torna mais forte pelo aumento no
tamanho das fibras musculares e pela maior retenção de fluídos. Ocorre que
muitas vezes este aumento de força é desproporcional à capacidade de adaptação
dos tendões e ligamentos (terminações que conectam o músculo ao osso) que têm
este processo mais lento. Em decorrência disso, muitos atletas experimentam
inflamações, inchaço e até ruptura de tendões e ligamentos. A única forma de
evitar este problema, que pode retirá-lo do cenário por semanas ou meses, é
obter ganhos progressivos e incluir periodicamente exercícios de alta repetição
em seu treinamento com o objetivo de fortalecer os tendões.
Estes
são alguns dos efeitos colaterais mais comuns. De novo, a melhor forma de
evitá-los é não utilizar esteroides anabólicos ou, se os utiliza sem uma prescrição médica.
UM PESADELO QUE VIRA SONHO
No
último número da Muscle In Form, o professor Ney Pereira coloca de forma muito
emocional o assunto esteroides anabólicos em seu artigo Um Sonho que Vira
Pesadelo. Não tenho dúvidas quanto as boas intenções e ao grande coração deste
homem, mas tenho a obrigação de fazer algumas considerações.
1-
onde está o laudo médico que comprova que a pessoa mencionada faleceu em função
do uso de esteroides anabólicos ?
2-
quem pode afirmar que outras substâncias farmacológica não estavam sendo
utilizadas?
3-
qual a dosagem de cada substância?
4-
no mencionado artigo de um jornal de circulação nacional é narrada a triste
história de um possível usuário de esteróides anabólicos artigo este denominado
de “sobrevivente”. Se o indivíduo em questão é um sobrevivente onde estão todos
os outros corpos?
Vejam,
não me interpretem mal, pois creio que a preocupação e o alerta geral de Ney
continuam válidos, mas não podemos tomar a parte pelo todo, não podemos assumir
uma situação sem uma visão clara. Normalmente, esta visão clara é passada com
muita propriedade neste periódico pelo Doutor João Alberto de Mattos em seus
artigos. Não restam dúvidas de que o abuso de qualquer substância pode ser
letal para a saúde. O excesso de água também pode matar, por isso muitas
pessoas morrem afogadas. Sempre digo que a diferença entre o remédio e o veneno
é a dosagem. Agora generalizar emocionalmente uma substância pode, também, ser
pecaminoso.
Vejam, esteroides anabólicos vêm sendo muito úteis para muitas pessoas, desde aquelas
que sofrem de depressão a pacientes aidéticos, mas também vem colaborando para
aqueles que querem manter ou aumentar a massa muscular. Repito, mesmo atletas
que tendem a utilizar doses mais elevadas desta droga, encontram nos esteroides anabólicos uma das drogas mais seguras que um atleta pode utilizar.
Por
que ninguém comenta sobre os diuréticos e a insulina? O que estas pessoas tem
contra pessoas mais musculosas?
Parece
que a grande colaboração de Ney em seu referido artigo passa a ser em direção
ao aumento do preconceito quando cita o amontoado de pessoas que se reúnem em
auditórios para ver os culturistas profissionais que eventualmente vêm ao
Brasil.
Então,
por que um número muito grande de pessoas vão assistir a provas de Fórmula 1 e
nem tantas prestigiam provas da categoria turismo?
Por
que não se critica, também, as provas de triatlom e maratona e a magreza
cadavérica destes atletas? Eu não consigo no momento pensar em algo mais
agressivo ao corpo humano do que estes esportes, sem contar as catabolíticas
horas diárias que estes dedicados atletas reservam ao seu treinamento. Será que
ao final do dia eles têm mais energia do que os fisiculturistas para transar
com suas mulheres?
A
diferença é que o culturista carrega o esporte no corpo. Muitos atletas de
longa duração podem passar por anorexos, famintos da seca ou possuidores de
alguma doença degenerativa, mas se proclamam ser maratonistas normalmente
passam a ser respeitados. E quem treina com pesos: taxados de bombados e
possuidores de um pau pequeno.
É
engraçado, parece que falta um pouco de respeito, já escrevi sobre isto, mas
continuo perplexo neste país. Aqui não é permitido ter preconceito contra cor,
religião, credo ou classe social, mas sim quanto ao volume dos músculos. Acho
muito arriscado quando um assunto passa a ser emocional, isto ocorre quando a
emoção ultrapassa a razão, quando a especulação passa a assumir os fatos
científicos. Creio que escrevi algo parecido em algum lugar há alguns anos.
Caros
amigos, não aprovo o uso indiscriminado de nenhuma droga nem desejo incentivar
ninguém a fazê-lo, mas eu pessoalmente posso afirmar que utilizo ciclos de
esteróides anabólicos há quase vinte anos e ainda não morri. Se uma pessoa
comprovadamente tivesse morrido pelo uso destas substância, valeria qualquer
alerta, mas não alarde sentimental e exacerbado. Aliás, deste tipo de
terrorismo a moda terceiro mundo, nós, da musculação levada a sério, já estamos
cheios. Fico mais abismado quando estas bombas de geléia cor de rosa vêm de
alguém especializado na área.
Procurem
as estatísticas de pessoas que morreram pelo uso de aspirina e tylenol. Nem por
isso estas drogas estão fora de circulação no restante do mundo. Isto é porque
elas, quando bem administradas, beneficiam um número muito grande de pessoas.
Eu
consigo me beneficiar positivamente dos esteroides anabólicos e, como não
desejo ser”politicamente correto” porque não vou me candidatar a nada, porque
sou dono do meu nariz e não tenho que assinar o ponto em nenhuma universidade e
lá ter que trabalhar 40 horas por semana, porque não preciso estar do lado da
maioria para ter aprovação social, nem quero ser pastor ou canonizado,
livremente posso dar o meu testemunho, nem que tenha que fazer alguns inimigos.
Sei muito bem que os tenho, mas também tenho a consciência de que os amigos que
possuo são verdadeiros e não andam com uma espiga de milho enfiada no
busogulho, fazendose de santo e fingindo ser o que não são.
Também
conheço muitas histórias de pessoas que cometeram absurdos para ter um físico
mais volumoso e passaram muito mal, também conheço pessoas que já se foram,
provavelmente pelo abuso de várias drogas. Muitas destas histórias serão
contadas no Livro Musculação Anabolismo Total II. Mas assumir que alguém tenha
morrido apenas pela ação dos esteróides anabólicos eu acho um pouco impreciso.
Da
próxima vez porque não escrever sobre os riscos do implante de silicone a as
megalipoaspirações e as suas possíveis complicações. Com certeza, os óbitos são
mais palpáveis e em maior volume do que o de todas as possíveis vítimas dos
esteróides anabólicos em uso desde a década de 40. Aliás, novamente, gostaria
de saber onde estão todos os corpos vitimados pelos esteróides anabólicos,
alguém sabe onde eles estão?
Aliás,
desde que comecei a sistematicamente a utilizar esteróides anabólicos passei a
dormir melhor, principalmente porque desapareceram os sintomas de depressão,
enfim, os meus pesadelos se tornaram sonhos e, como bônus, ainda, ganhei alguns
quilinhos extras. Achar que esteróides anabólicos só retêm líquidos, Ney?
Quanta ingenuidade.